sábado, 29 de outubro de 2011

Suprassumo da contradição


Quase dois anos se passaram e cá estou eu novamente. Tentando superar a preguiça para manter a disciplina e escrever aqui. Parece que as coisas agora vão andar, eu espero. Vamos em frente.

Eu nunca usei drogas. Nunca fumei maconha. É sério. Ok, tá bom, sou careta, eu sei. Mas, lamento, tenho orgulho disso. Na verdade, sempre tive medo do que poderia acontecer com o meu corpo. Seja usando drogas ou tomando porres, às vezes. Ok, sou medroso, eu sei. 99% dos meus amigos fumam ou fumaram maconha pelo menos uma vez na vida. No colégio e na universidade, nunca me atraiu.

Sempre tive muito pouco tempo pra pensar se fumaria ou não. Pra mim, o bonde da vida estava andando e eu não queria perder. Vida real, meus caros. Passei a minha adolescência estudando. Depois dos 17 anos, comecei a trabalhar e até hoje, o meu ofício, é ritual sagrado. Quero dizer o seguinte: não tive tempo pra maconha ou qualquer droga.

Nada contra quem usa, quem usou e quem pensa em usar um dia. Nem a favor. Obviamente, respeito e acho super importante a discussão do tema (devemos legalizar o uso da maconha?) Na minha opinião, entretanto, o debate é muito importante pra sociedade e pro usuário. É fundamental, sem dúvida.

Uma história me chamou a atenção neste fim de semana. O tal protesto dos estudantes da USP, uma das mais importantes e respeitadas universidades do país. Um grupo de alunos se rebelaram contra a ocupação da polícia militar no Campus da faculdade. Tudo porque os PMs, simplesmente, abordaram os alunos fumando maconha. Achei esquisito. Não a atitude dos policiais e, sim, a dos jovens.

Os universitários apareceram nas fotos dos jornais com os rostos escondidos por camisetas. Seriam as camisetas do Che Guevara? Com a cara escondida? As imagens parecem mais as de um motim de bandidos em rebelião numa penitenciária qualquer. Vamos pensar juntos: a reitoria pede policiamento para campus depois de um crime ocorrido no local. A polícia atende ao pedido. E cumpre o seu papel, abordando os maconheiros. Revoltados, os estudantes ocuparam o prédio da Faculdade de Filosofia, História e Geografia da USP. E protestaram. Contra a corrupção no Brasil? Contra a precariedade da educação no país? Não. Protestaram contra a polícia.

Pelo menos no Rio de Janeiro, onde já fui testemunha, campi de universidades são alvos frequentes de assaltos, estupros. A iluminação é precária à noite. Policiamento? Quase nenhum. Vida real, meus caros. Que fique o alerta!!!

Abraços. Até o próximo texto.