quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Às vezes é bom andar só

3 de maio de 2008... Canecão... última canção... último show dos Engenheiros do Hawaii no Rio de Janeiro... logo depois surgia o Pouca Vogal... exatamente neste momento da apresentação, eu estava parado na frente do Humberto... a música era Ando Só... vem a calhar? clique aqui e assista o video...

Ando Só

ando só
pois só eu sei
pra onde ir
por onde andei
ando só
nem sei por que
não me pergunte
o que eu não sei

pergunte ao pó
desça o porão
siga aquele carro
ou as pegadas que eu deixei
pergunte ao pó
por onde andei
há um mapa dos meus passos
nos pedaços que eu deixei

desate o nó
que te prendeu
a uma pessoa
que nunca te mereceu
desate o nó
que nos uniu
num desatino um desafio

ando só
como um pássaro voando
ando só
como se voasse em bando
ando só
pois só eu sei andar
sem saber até quando
ando só

domingo, 25 de outubro de 2009

Standy by me

"Os homens percebem que estão ficando velhos quando começam a trocar as segundas intenções pelas primeiras." É, faz sentido....


Fique Comigo - ouça aqui

Quando a noite tiver chegado
E a terra estiver escura
E a lua for a única luz que veremos
Não, eu não terei medo
Não, eu não terei medo
Desde que você fique
Fique comigo

Então querida, querida
Fique comigo
Oh, fique comigo
Oh, fique
Fique comigo, Fique comigo...

Se o céu que vemos lá em cima
Desabar e cair
Ou as montanhas desmoronarem no mar
Eu não chorarei, eu não chorarei
Não, eu não derramarei uma lágrima
Desde que você fique
Fique comigo

Quando você estiver com problemas, você não contará comigo?
Oh, conte comigo
Oh, você não ficará agora?
Conte comigo

Os óculos do John...

Comprei este livro recentemente... pela razão e pela emoção... Furou a fila dos outros...

Aliás, encontrei uma versão superbacana no youtube... mais pela emoção do que pela razão... queria compartilhar com todos os amantes de poesia... ele faz muita falta... confira!

Bob Dylan, Roger Waters, Humberto Gessinger, Zé Ramalho, Belchior e eu aguardávamos por John Lennon na mesa para o café... todos juntos... pois a matemática dos sonhos tem os seus caprichos, já dizia o poeta...



Até o fim

O melhor está por vir... sempre...

Mensagem do dia. Ouça e veja aqui.

Bom domingo!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Eduardo Suplicy e a cueca vermelha


Nem tudo ficou perdido no fim de semana de plantão em que aconteceu de tudo no Rio de Janeiro. Mas enquanto as chamas tomavam conta da cidade, eu tive a sorte de atender o telefone da redação, domingo, por volta das 17h, e ter o prazer de conversar com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Educado, lento e aflito, o querido parlamentar concedeu-me uma entrevista, publicada hoje na página 4, de O Globo, sobre a polêmica cueca vermelha.

Leia abaixo a reportagem:

Vermelho agora é de arrependimento

Suplicy pediu e conseguiu que cena polêmica não fosse ao ar

Por Cássio Bruno

Depois de provocar polêmica e se ver ameaçado de responder a processo por quebra de decoro pelo corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu à direção do pro-grama “Pânico na TV”, da Rede TV!, que não exibisse ontem a entrevista na qual ele aparece vestido com uma cueca vermelha. A emissora aceitou a solicitação e não levou ao ar as imagens do parlamentar usando o calção, registradas no Senado na última quarta-feira. A brincadeira com o se-nador foi feita pela apresentadora e ex-“BBB” Sabrina Sato, para o seu quadro “Sabrina no Congresso”, do “Pânico”.

“Fiz o apelo para não colocarem aquela parte que gerou a polêmica. Eles resolveram atender ao meu pedido, sobretudo porque afirmaram que de maneira alguma tiveram a intenção de provocar qualquer ofensa ou di-minuição da minha imagem ou do Senado Federal”, diz a nota de Eduardo Suplicy.

Na nota, Suplicy disse ainda ter visto como ficou a edição da matéria: “Em vista do mal-entendido, todavia, reuni-me ontem (sábado) à noite com os responsáveis pelo pro-grama, os quais tiveram a gentileza de me mostrar como ficou editado para ser transmitido na noite deste domingo. E que, caso eu avaliasse que não devesse ir para o ar aquela cena que acarre-tou a interpretação de que poderia ter havido qualquer falta, ainda que leve, que, então, não a transmitiriam”.

Sabrina Sato abordou Suplicy no Salão Azul, perto da entrada do gabi-nete da presidência do Senado. Ela, então, disse que o senador se parecia com Clark Kent, o Super-Homem, e lhe entregou a cueca. Num primeiro mo-mento, o senador resis-tiu, mas, diante da insistência, topou a brincadeira. Ele teve a ajuda da própria apresentadora para vestir a peça vermelha sobre a calça escura do terno. E, como se fos-se o próprio Superman, desceu correndo pela es-cada que dá acesso ao andar térreo do Senado.
Após o episódio, Supli-cy foi criticado duramente por colegas da Casa. Ontem, mostrou-se arrependido de ter usado a sunga.

— Vários senadores foram entrevistados com bom humor. Todos eles receberam bastões luminosos, imitando super-heróis. Aceitei a brincadeira. Mas eu não deveria ter feito aquilo. Deveria ter dado apenas a entrevista. Mas aconteceu. O que posso fazer? — lamentou.

Em agosto, Suplicy protagonizou outro episódio polêmico ao pedir a renúncia de José Sarney (PMDB-AP) do cargo de presidente do Senado mostrando em plenário um cartão vermelho, referência ao procedimento utilizado por juízes de futebol para expulsar um jogador.


Além da entrevista, Suplicy me mandou um e-mail, que eu mostro aqui na íntegra:

Sobre o Encontro com Sabrina Sato no Senado

Em vista dos mal entendidos havidos com respeito à entrevista que concedi à Sabrina Sato, repórter do programa “Pânico”, da Rede TV, que levou o corregedor do Senado, Senador Romeu Tuma, antes mesmo de conversar comigo, anunciar que poderia abrir uma sindicância para averiguar se houve qualquer ofensa ao decoro parlamentar de minha parte, esclareço:

Na última quarta-feira, por volta das 18,30 hs, quando saí do plenário do Senado, junto à escada que é o caminho para o meu gabinete, eis que encontrei a Sabrina Sato com a sua equipe da Rede TV. Solicitou-me que respondesse a uma pergunta, se eu considerava que havia heróis no Senado. Respondi que havia muitos senadores que eu respeitava e admirava pela maneira como defendem os seus ideais. E o senhor, senador, tem algum sonho que gostaria muito que fosse realizado? Respondi que ela conhece o quanto que tenho batalhado para que em breve no Brasil possa ser instituída a Renda Básica de Cidadania, o direito de todos em nosso país receberem uma renda na medida do possível suficiente para atender as necessidades vitais de cada um. Que já havia conseguido fazer a lei ser aprovada e sancionada, que agora será implementada, por etapas, a critério do Poder Executivo, começando pelos mais necessitados, como o faz o Bolsa Família. Então, disse-me Sabrina, o senhor é o meu herói. Gostaria de lhe dar de presente uma roupa de super-homem. Tirou da sacola de seu assessor um calção vermelho e me deu. Agradeci. Ela então insistiu que queria que eu o vestisse. Alertei-a de que isso poderia resultar em problema. Ela insistiu, de maneira muito amável, dizendo que não haveria problema, uma vez que eu estava de terno. Ponderei às pessoas que assistiam, ali cerca de 30, que se alguém sentisse como algo inadequado, que dissesse. Não houve quem se sentisse ofendido. Por poucos segundos, o tempo para logo descer a escada e tirar o calção, de fato o vesti, conforme foi objeto de fotografias.

Estou de acordo, conforme tantos amigos me disseram, que teria sido melhor não ter atendido o insistente apelo de Sabrina. Tenho a convicção que não houve tanto da parte da equipe daquele programa, ou de minha parte, qualquer intenção de ferir a imagem do Senado Federal.

Em, vista do mal entendido, todavia, reuni-me ontem à noite com os responsáveis pelo programa da Rede TV, Emílio Surita e Alan Rapp, os quais tiveram a gentileza de me mostrar como ficou editado para ser transmitido na noite deste domingo. E que caso eu avaliasse que não devesse ir para o ar aquela cena que acarretou a interpretação de que poderia ter havido qualquer falta, ainda que leve, que então não a transmitiriam. Ali pude observar que a parte “Sabrina no Congresso” é composta de diversas entrevistas, com muito bom humor, da qual participam os Senadores, Wellington Dias, Marina Silva, Cristovan Buarque, Flávio Arns, Pedro Simon e outros parlamentares, incluindo o aceno do Presidente José Sarney. Fiz o apelo para Emílio Surita e Alan Rapp para não colocarem aquela parte que gerou a polêmica. Eles resolveram atender o meu pedido, sobretudo porque afirmaram que de maneira alguma tiveram a intenção de provocar qualquer ofensa ou diminuição da minha imagem ou do Senado Federal.

Agradeci a decisão tomada por eles.

Senador Eduardo Matarazzo Suplicy
São Paulo, 18 de outubro de 2009

E mais: a repercussão da minha matéria no site da Revista Imprensa...

Publicado em: 19/10/2009 09:30

Após polêmica, "Pânico na TV!" deixa de exibir desfile de sunga protagonizado por Suplicy

Redação Portal IMPRENSA

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) conseguiu tirar do ar cenas em que aparece vestindo sunga, imitando um super-herói no programa "Pânico na TV!". Depois de encontro com produtores da atração, exibida aos domingos na RedeTV!, o petista realizou pedido para que as imagens não fossem para o ar, por temor da abertura de processo por quebra de decoro parlamentar.
O polêmico incidente foi gravado na última quarta-feira (14) nas dependências do Senado, e durou cerca de um minuto. A vestimenta e o desfile trajado de sunga foram feitos pela apresentadora do programa, a ex-BBB Sabrina Sato, que disse ter reconhecido no senador semelhanças com o personagem Clark Kent, do filme "Super-Homem". Em nota, Suplicy ressaltou que só desfilou com o calção sobre a calça nas dependências do Senado após pedido "amável" da apresentadora.

"Ela (Sabrina) então insistiu que queria que eu vestisse. Alertei-a de que isso poderia resultar em problema. Ela insistiu, de maneira muito amável, dizendo que não haveria problema, uma vez que eu estava de terno", detalhou Suplicy.

Ainda de acordo com o senador, os produtores do programa acataram o pedido porque não "tiveram a intenção de provocar qualquer ofensa ou diminuição da minha imagem ou do Senado". No texto, Suplicy ainda diz que deveria ter recusado o insistente pedido de Sabrina.
Em contrapartida, o corregedor da Casa, Romeu Tuma (PT-SP) não descarta a possibilidade de abrir sindicância, por considerar que "imagem de seriedade" do Senado possa ter sido arranhada pelo o incidente. A informação é do jornal O Globo.

sábado, 17 de outubro de 2009

Campanha eleitoral nas telas do cinema

Como o filme "Lula, o Filho do Brasil", superprodução com roteiro carregado de emoção, torna-se uma poderosa arma eleitoral em 2010... leia aqui

Zé, o embaixador

De Lauro Jardim, da Veja:

Dias atrás, José Dirceu especulou privadamente sobre como poderia ser sua reinserção na vida pública – cassado, ele não pode disputar eleição em 2010. Dirceu julga que, se Dilma Rousseff vencer em 2010, um cargo de embaixador lhe cairá bem. Entre o sonho e a realidade, no entanto, ainda existe um muro chamado Joaquim Barbosa, que julgará o escândalo do Mensalão entre 2010 e 2011.

Cidade em chamas

Buenas...

No fim de semana em que eu deveria estar fora do Rio de Janeiro, cá estou na redação do jornal num dia chuvoso, turbulento e bebendo Coca-Cola. Não consegui mudar o plantão... Queria ver um show em Belo Horizonte, mas acabei vendo pela TV o show de bandidos na Cidade Maravilhosa... lembrei de um trecho de uma música...

"já ouvimos esta estória
sabemos como acaba
acontece quase tudo
não muda quase nada
já vimos este filme
sabemos como acaba
explodem quase tudo
não sobra quase nada

então, só resta uma solução
sair no meio da sessão
pra ver a cidade em chamas

não basta ter coragem
é preciso estar sozinho
é preciso trair tudo
e trazer a solidão
eu sei que eles tem razão
mas a razão é só o que eles têm"

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Às vezes tudo muda



Anoitecendo em Copacabana... passeio no calçadão... como é boa a sensação de ter um Rio de Janeiro sem trânsito... fiz esta foto ontem...

"...na zona sul existe um rio
nesse rio mergulha o sol
e arde fins-de-tarde
de luz vermelha
de dor vermelha
vermelho anil

atrás do muro existe um rio
que na verdade nunca existiu
mas arde fins-de-tarde
de luz vermelha
de dor vermelha
vermelho anil..."

domingo, 11 de outubro de 2009

Camus, Chico ou Rohter?



Estou em casa atualizando este blog antes de sair para ver o domingo passar... vou tentar pegar pelo menos o pôr do sol... talvez eu também vá à livraria hoje comprar mais livros e tomar café...

Eu queria ler na mesma velocidade que compro os livros... aliás, preciso terminar de ler logo três deles que estou enrolando faz tempo... prometo finalizar um nos próximos dias... Agora, qual?

Pra entender as vogais e as consoantes

Buenas...

Em novembro, Pouca Vogal lança seu CD/DVD... para quem não conhece e deseja saber mais sobre esse projeto ousado e inovador, basta dar uma lida no texto abaixo escrito por Humberto Gessinger...

boa leitura




“Oi. Isto é o que chamam de “release”

Meu nome é Humberto Gessinger. Pouca Vogal é um duo que formei com Duca Leindecker. Venho dos Engenheiros do Hawaii, banda que montei em 1985 e com a qual, até 2008, lancei 18 discos e 5 DVDs.

Duca vem da banda Cidadão Quem, formada em 1990, com 7 discos e 1 DVD lançados. Também já lançou um disco solo, além de fazer trilhas para cinema e teatro.
Mais detalhes sobre nossas histórias podem ser encontrados nos sites
www.engenheirosdohawaii.com.br e www.cidadaoquem.com.br .

Vamos ao que interessa. Por onde começo? Não sei… Escrevendo release sou um fracasso. Vou tentar outra forma. Que tal eu me entrevistar? Aí vai:

HG: Como vocês se encontraram?

AgAgê: É uma história antiga, da segunda metade do século passado. Ali por 85, eu encontrei na rua um moleque que tocava guitarra. Ele sabia que eu tinha comprado uma Fender Telecaster. Na época, não era fácil descolar instrumentos legais. O menino ficou de passar lá em casa pra conferir a guitarra. Fiquei chocado quando vi ele tocar. Tirou sons da minha guitarra que eu não imaginava que estivessem lá. Tocava demais! Técnica, estilo, emoção e o diabo a 4. Esse garoto era o Duca Leindecker. Aperta a tecla FastForward… Em 2004, Duca me convidou para participar do CD/DVD Cidadão Quem No Theatro São Pedro. Tocamos Terra de Gigantes, uma canção que eu havia escrito e gravado com os EngHaw. FF de novo. Em 2007, Duca me pediu uma música para o novo disco da Cidadão Quem. Havia uma da qual eu gostava muito e só não tinha gravado ainda por achar que faltava alguma coisa. Passei para o Duca, que matou a charada escrevendo um novo refrão. A música é A Força do Silêncio e está no disco 7. Agora, com a coincidência da pausa de nossas bandas, partimos para o Pouca Vogal.




HG: Por que o nome Pouca Vogal?

AgAgê: É um chiste com nossos sobrenomes, Leindecker e Gessinger. Se quisermos fazer um pouco de sociologia de boteco, podemos falar de como as vogais vão rareando à medida em que descemos pelo mapa do Brasil. O frio vai aumentando, a vegetação fica mais tímida, o verde vai ficando mais parecido com o azul, as pessoas mais introspectivas. Imigrantes com suas consoantes. Ao mesmo tempo em que exageram, algo de verdadeiro guardam essas generalizações. Pelo Aurélio, vogal é o fonema que se produz com o livre escapamento de ar pela boca. Consoante é o fonema que resulta do fechamento ou estreitamento de qualquer região acima da glote.

HG: Há outros músicos acompanhando vocês?

AgAgê: Não. Só nós 2. É um formato que sempre me fascinou. Seja um duo de violões clássicos como os irmãos Assad, uma dupla caipira como Pena Branca & Xavantinho, um lance pop como Simon & Garfunkel ou jazz como Larry Coryell & Philip Catherine, há algo especial quando duas pessoas estão tocando. Depois do solo, é o mínimo. Mas, nesse mínimo, pode rolar o máximo diálogo musical. Duca já fez trabalhos geniais em duos com Frank Solari e com Borghettinho.

HG: Quais instrumentos vocês usam?

AgAgê: Eu sigo nos instrumentos acústicos: violão, viola caipira, dobro, harmônicas, piano. Além da MIDI Pedalboard, que é um teclado que a gente toca com os pés. Duca toca guitarra, violões com afinações esquisitas e bombo legüero, um instrumento de percussão característico do pampa. É bem intenso. Em momentos, eu toco violão, harmônica, faço baixos com os pés enquanto o Duca sola na guitarra e faz percussão. Tudo ao mesmo tempo. Geralmente, quando um artista chega à quilometragem em que chegamos, pensa em desfrutar do conforto de um repertório já conhecido e de vários bons músicos aparando arestas. Mas nós estamos vibrando em outras freqüências, definitivamente. Queremos sair da zona de conforto por achar que só tensa a corda vibra legal. A vida é mesmo muito curta pra ser pequena.

HG: Qual é o repertório?

AgAgê: A partir do dia 11 de setembro, 8 músicas inéditas estarão no site www.poucavogal.com.br ou www.poucavogal.com. O pessoal vai poder baixar, não vamos cobrar nada, é free. Não estamos interessados em transformar esta atitude em um “assunto”. Nosso interesse nos intestinos da indústria cultural é próximo de nenhum. Nos shows, vamos tocar, além destas, algumas músicas dos Engenheiros do Hawaii e da Cidadão Quem.


HG: Quais são e como surgiram as músicas novas?

AgAgê: TENTENTENDER: a idéia me veio num vôo enquanto eu observava a sombra do avião rastejando lá embaixo. Mandei uma demo para o Duca e ele reescreveu a melodia do refrão.

DEPOIS DA CURVA e BREVE: Duca me mandou as músicas e eu escrevi as letras. A primeira fala da esperança de encontrar coisas melhores depois da curva, depois da chuva. Talvez, o amanhã colorido. A segunda é sobre a dificuldade e necessidade de unir firmeza e delicadeza na hora de cair fora. Quando ser bravo é ser breve, hay que endurecer, pero sin perder la ternura. VÔO DO BESOURO e ALÉM DA MÁSCARA: escrevi as duas sozinho, mas já com o duo no horizonte. Dizem que o besouro tem o design menos apropriado para voar. Esta e outras contradições sempre me interessaram. Para além da máscara é que devemos olhar. Além do que é sentido, além do que é sabido.

NA PAZ E NA PRESSÃO: Duca escreveu numa dessas horas em que a gente quer gritar ou sussurrar ¡Tchau Radar!

PRA QUEM GOSTA DE NÓS: um nó nos prende ou nos leva na velocidade de uma milha marítima por hora. Um nó amarra o laço ou o lenço. Eu já tinha escrito há mais tempo, mas só agora cheguei ao arranjo certo. Mistura de viola caipira e guitarra hendrixiana. Pra quem gosta do nó que nos une, Pouca Vogal será um prato cheio.

POUCA VOGAL: escrevi um pouco para explicar o conceito, um pouco para falar da minha ida ao Rio de Janeiro e da volta à PoA. De lambuja, cita Piano Bar (uma canção dos EngHaw) e homenageia Kleiton & Kledir, que melhor souberam, até hoje, misturar regionalismo gaucho e música pop.

HG: Que tipo de reação vocês esperam dos fãs das bandas Engenheiros do Hawaii e Cidadão Quem?

AgAgê: Acho que o maior sinal de respeito de um artista em relação ao seu público é não pensar nele na hora em que cria. Eu não quero que os artistas dos quais eu gosto pensem em mim quando criam. Não quero que os políticos nos quais eu voto façam pesquisas pra saber como quero que eles falem e atuem. Fica parecendo um cão perseguindo o próprio rabo. Quero que eles tenham A Visão e corram o risco de encontrar ou não quem se interesse por ela.

Resumir todas as pessoas que gostam do teu trabalho num estereótipo de “fã” também me parece grosseiro. Cada fã é fã da sua forma, com suas particularidades. Cada um tem seu caminho, sua maneira de passear pela obra. Não gosto que me vejam como produto, por isso não penso neles como consumidores. Obviamente será maravilhoso se todos gostarem de tudo. Se os teatros estiverem todos lotados e as bocas todas sorrindo e pedindo bis. Caso esse mundo ideal não se concretize, estaremos tranqüilos por estar seguindo noss’A Visão.


HG: A banda Engenheiros do Hawaii acabou?

AgAgê: Não. Pretendo voltar quando o Duca encher o saco de mim.

HG: Cidadão Quem acabou?

AgAgê: Que eu saiba, não.

HG: Gostaria de dizer algo mais?

AgAgê: Não sei por que, gostaria de dar nossas datas e locais de nascimento.
Humberto Gessinger: Porto Alegre, 18:30h do dia 24 de dezembro de1963.
Duca Leindecker: Porto Alegre, 10:30h do dia do dia 5 de abril de 1970.”

sábado, 10 de outubro de 2009

1 + 1 : 3 = casamento

Recentemente, ouvi Arnaldo Jabor falando no rádio sobre o casamento... fórmulas matemáticas para explicar relacionamentos humanos... coisas assim... são várias variáveis... no fim, Woody Allen, simplifica... e eu, o que faço com esses números?

Ouça aqui

domingo, 4 de outubro de 2009

Charlie Chaplin ou Che Guevara?

Neste fim de semana, eu fiz o que sempre evitei: enfrentar sozinho um shopping center lotado... esse clima com muita gente junta me deixa tenso... é aquele velho problema: por conta da timidez, não consigo me comunicar bem... Mas eu precisava comprar uma camisa. Fui a uma festa ontem. Confesso ser um pouco desastrado com vendedores de loja... na verdade, fico angustiado com toda aquela pressão que eles fazem para empurrar qualquer coisa e cumprirem a meta do mês...

Desta vez, no entanto, valeu a pena sair de casa. Eu, ali naquela loja, com o tempo apertado, e a jovem vendedora manda na lata: "Chegaram uns modelos novos, bem legais. Charlie Chaplin ou Che Guevara? O que você prefere?" Eu, que ando com a cabeça lá na lua, fiquei em silêncio por alguns segundos olhando fixamente para ela. Aquela moça me chamou a atenção... pensei: cinema ou revolução? O Vagabundo ou Cuba? Um canhoto ou Karl Marx? Bigode e cabelos curtos ou barba e cabelos longos?

A dúvida é o preço da pureza, já dizia Sartre em "O Muro"... Devolvi a pergunta: "e você, querida, vestiria Chaplin ou Che?" Naquele momento, o tempo não importava mais... "Che", respondeu a jovem, sorridente e simpática... eu quis saber: "Tá bom, por que você prefere Che?" A menina me deu uma verdadeira aula sobre Che Guevara e revoluções... A partir daí, a vida daquela garota, inteligente, que sabia tudo sobre história e que vendia roupas, me interessava... em breve, escreverei sobre o que ela contou... Do It Yourself...

No fim das contas, preferi Chaplin na minha camiseta... ele era mais talentoso...

Pra ser sincero

Bem, queridos e queridas, cá estou eu de volta. Uma semana sem escrever. Os últimos dias foram intensos. Estou mergulhado num novo projeto que tem me deixado exausto... estou empolgado... sempre disse que o melhor ainda está por vir...

Para começar, vou publicar abaixo um trecho do livro do músico e compositor Humberto Gessinger extraído do blog da editora Belas-Letras. A obra, que será lançada em janeiro de 2010, faz parte das comemorações dos 25 anos da banda Engenheiros do Hawaii...

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Pra ser sincero

Leia, em primeira mão, um trecho do livro Pra ser sincero, de Humberto Gessinger, que será publicado em comemoração aos 25 anos de criação da banda Engenheiros do Hawaii.

“Voltando ao primeiro show, encontraremos minha guitarra Giannini Diamond fingindo ser uma Gibson 335. Eu, de bombacha e cabelo new wave, não sei o que fingia ser. O repertório era meio performático. Além das músicas que escrevi, tocamos uma versão reggae de Lady Laura, do Roberto Carlos, e jingles dos biscoitos Sem Parar e do Extrato de Tomate Elefante.
Não lembro bem do show, pois estava bêbado. Era a primeira vez que eu tocava em público. Tracei uma linha na lista das músicas que ficava aos meus pés, exatamente no que seria a metade do show. Enquanto tocava, olhava o roteiro e pensava que, se chegasse até aquela linha vivo, iria até o fim.”